quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Música sergipana em cheque? Artistas encontram dificuldades para tocar no Estado

por Leonardo Dias
 Cantores sergipanos durante gravação de musical para TV (Foto: Thaís Nogueira)


Não é novidade alguma para os sergipanos que o mercado de shows e eventos no Estado, o denominado ramo do ‘entretenimento’, é exercido sob grande monopólio entre os empresários sergipanos. Se apresentar em eventos públicos e privados tem se tornado um verdadeiro desafio para os cantores locais nos últimos anos. 

Em Sergipe, o monopólio dos "esquemões" de shows é formado por seis grupos empresariais. A matéria publicada da edição 1600 do jornal Cinform, que denuncia toda a máfia dos empresários, só comprova a tese de que no menor Estado da federação, manda que tem dinheiro. Fator este que tem contribuído para a não consolidação dos artistas locais no cenário musical.
O cantor e sanfoneiro, Erivaldo de Carira (Foto: Leonardo Dias)

O cantor e sanfoneiro, Erivaldo de Carira, denuncia que as prefeituras municipais juntamente com as empresas organizadoras de shows e eventos estão dando preferência a contratar grupos musicais de outros estados.

“Continua a mesma coisa, é que apenas tocamos no são João, passou esse período ficamos sem fazer shows. Acontece que no interior, nas festas, você só vê na programação nomes de bandas de fora, e nós não entramos. É a questão das empresas bancarem as campanhas dos prefeitos, e quando eles se elegem deixa esses empresários organizarem as festas por quatro anos, e ficamos de fora mais uma vez”, relata.
O cantor, João da Passarada (Foto: Leonardo Dias)

A mesma dificuldade em fechar shows é compartilhada pelo cantor João da Passarada. Segundo ele, os artistas da terra vêm encontrando dificuldades para fechar shows no Estado, em função do monopólio exercido pelos grandes empresários. Em meio à problemática enfrentada, a categoria decidiu cobrar do secretário da cultura de Aracaju, Joselito Vitale, o Nitinho, uma maior valorização dos músicos sergipanos.

“Estamos tentando abrir o olho e alertar o secretário da cultura do município, Nitinho, para valorizar o artista, o artista da terra, e parar de fazer descaso com o músico de Sergipe. Ele entrou na cultura dizendo que seria nosso amigo, e de repente ficou contra nós, fazendo até mangação do nosso cachê”, disse o cantor João da Passarada.
O cantor Zito Costa (Foto: Arquivo Pessoal)

Do município de Itabaiana, na região Agreste do Estado, encontramos o cantor Zito Costa da dupla de forró pé-de-serra, Zito Costa & Rafael. Ele conta que somente este ano, apenas conseguiu fechar seis shows.
“A média máxima de shows em um ano é de cinco, seis apresentações. Não tem como tocarmos, os grandes empresários não deixam, eles acabam tendo os direitos de exclusividade dos eventos do Estado, e sem a carta de exclusividade, não temos como trabalhar”, conta Zito Costa. 
Vocalistas da banda Calcinha Preta durante gravação do programa Legendários, na Record (Foto: Divulgação)

Nem mesmo a banda de forró eletrônico Calcinha Preta, considerada há mais de uma década e meia, como uma das principais bandas de forró do gênero, consegue se apresentar com frequência na capital sergipana. O último show do grupo de forró realizado em Aracaju foi no mês de junho, durante o Forró-Caju.
O jornalista, Welder Ban(Foto: Arquivo Pessoal / Welder Ban)

“É impressionante, por questões de rixas entre empresários, o povo sergipano acaba ficando sem conferir as apresentações da Calcinha Preta, uma banda da terra, genuinamente sergipana, que representa muito bem por sinal o nosso Estado, a nível nacional e porque não dizermos internacional, com as suas turnês, e a banda não consegue de jeito algum, ter o reconhecimento dos empresários e do público sergipano”, disse o jornalista, Welder Ban.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Transamazônica: 40 anos de poeira na direção do nada

 por Leonardo Dias
 Rodovia Transamazônica / (Foto: Araquém Alcántara - publicada na Veja).

Difícil acreditar que em pleno século XXI o progresso não tenha chegado em regiões do Norte e Nordeste brasileiro. Afinal de contas, o bordão “ordem e progresso” está estampado na bandeira da República Federativa do Brasil. Uma pura ironia para com milhares de brasileiros que residem às margens da terceira maior rodovia do país, a BR-230, popularmente conhecida como ‘Transamazônica’. Residentes que há mais de 40 anos, sonham por dias melhores, apenas convivem com promessas fajutas de políticos nos períodos que antecedem as eleições.

A Rodovia Transamazônica corta sete estados brasileiros (Paraíba, Ceará, Piauí, Maranhão, Tocantins, Pará e Amazonas), num percurso de mais de 4 mil quilômetros de extensão. De fato, assim como a floresta Amazônica, a rodovia continuará sem que o permita conduzir o progresso. O asfalto completo da rodovia está previsto para ser feito em três grandes etapas. Ao todo, a obra vai custar R$ 2,3 bilhões aos cofres públicos. Isso significa que a cada quilômetro de asfalto sairá por R$ 1 milhão. É caro, mas é o preço para ser pago por duas décadas de equívocos e falta de planejamento.

Trafegar pela estrada que liga o nada a coisa alguma, é se deparar com um verdadeiro descaso. O asfalto só existe em trechos esparsos e a sinalização é um luxo inexistente. Uma verdadeira cicatriz no meio da selva e um monumento à cegueira ambiental das gerações passadas a lama, que são marcadas por dois distintos impostos da natureza, o verão e o inverno.

O fato é que a Transamazônica foi criada sem planejamento e construída a toque de caixa durante a ditadura militar. Passados os anos a rodovia não conseguiu alcançar o seu principal objetivo: ligar o Brasil ao Peru, facilitando, desse modo, o escoamento de produtos entre os países.  Como se isso não bastasse, a taxa de analfabetismo cresce em disparada na região, e já é considerada duas vezes maior que a média nacional. E os problemas não param por aí, 66% das 1,2 milhão de pessoas que residem na Amazônia Legal, não possuem água encanada e 27% não têm instalações sanitárias.

Paralelo a isso, cresce também o número de políticos envolvidos na corrupção, uma problemática recorrente do Brasil, que nem mesmo as inúmeras manifestações populares que ocorreram em todo o país no mês de junho conseguiram derrubar a imagem de uma nação de injustiça. O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva bem que tentou, mas não conseguiu por em prática o edital referente à implantação de quase mil quilômetros de pavimentação do trecho pertencente ao Pará.

Mas o que fazer em uma área cortada pela Transamazônica, em que até os primeiros moradores da região, que foram festejados como exploradores de um novo eldorado, acabaram surpreendidos com a evidência de que quase 90% das terras em torno da estrada eram inférteis para a agricultura? Isso leva a crer que se até em tempos atrás nem aos exploradores interessavam a terra, imagina ao governo federal que em tempos atuais está com todas as suas atenções voltadas para a exploração do pré-sal e o processo de Libras do petróleo.

Certamente os tapajós e marabás continuarão sonhando com dias melhores, ou até mesmo terão que conviver com a esperança, já que estão cercados de verde, cor símbolo de sua etnia. Tudo leva a crer, que caso as obras da Rodovia Transamazônica venham mesmo a ser finalizadas, o tão sonhado progresso chegue juntamente com a estreita relação do Peru. País este, que demonstra ter um maior interesse na região. E quem sabe até um dia, possa explorá-la, ela que é marcada de sonhos e incertezas, fazendo o que há mais de quatro décadas, o Brasil não conseguiu fazer.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

"Casa Nordeste" traz o resgate da cultura alagoana

(Foto: Leonardo Dias)

Quem visita o litoral Norte alagoano não pode deixar de visitar a "Casa Nordeste", um pequeno espaço dedicado a cultura nordestina, que está localizado às margens da Rodovia AL-101 Norte, em Ipioca, município distante 17 km de Maceió.

O local reune um pouco da cultura marcante do Estado de Alagoas. Nele é possível visualizar um acervo histórico retratadas em fotos que explanam a riqueza das manifestações folclóricas e os seus diversos folguedos, a exemplo do Caboclinho, Carvalhada, Chegança, Coco Alagoano, Festa de Reis, Guerreiro, Pastoril, Reisado, Quilombo, Zabumba, e, também, o artesanato representado pelo filé e pela cerâmica que encanta a todos por sua criatividade, originalidade e beleza.

A ocupação de tribos indígenas também ganha espaço na Casa Nordeste, que também é um espaço destinado a comercialização e divulgação do seu potencial cultural, onde pode-se encontrar de tudo, desde os mais variados artesanatos locais, em madeira, palha, cerâmica, rendas, etc. bem como se divertir com shows de artistas locais.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Thaís Nogueira - um talento herdado de geração a geração

A música sempre esteve presente na vida da cantora sergipana, Thais Nogueira. Filha de um dos maiores intérpretes do Rei do Baião e um dos mais importantes ícones do forró sergipano, Erivaldo de Carira, a cantora segue um novo passo de sua carreira, a carreira solo.

Em seu novo projeto intitulado de "Sou Brasil, sou forró", Thaís dá continuidade ao trabalho de preservação do autêntico forró pé-de-serra.

A cantora ficou conhecida nacionalmente após a sua rápida passagem pelo "Tiro Juriti", onde percorreu os quatro cantos do Brasil, levando o principal ritmo da região Nordeste.

Conheça um pouco da história da cantora , Thais Noguieira.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Banda Magníficos comemora 20 anos de história com apresentação no Encontro

por Leonardo Dias
                                                                    (Fotos: Globo.com)
Em mais uma apresentação no programa Encontro com Fátima Bernardes, a banda de forró paraibana Magníficos mostrou porque ainda continua sendo sinônimo de "sucesso no gênero eletrônico". O grupo participou pela segunda vez em um ano do programa matutino da Rede Globo. Desta vez, os vocalistas cantaram duas músicas que encantaram o público presente no auditório e fizeram os telespectadores se renderem ao bom forró.

Magníficos: 20 anos de história no cenário forrozeiro

Criada há mais de vinte anos na cidade de Monteiro (PB), a banda Magníficos se tornou um dos grandes fenômenos no mercado forrozeiro da atualidade.

                José Inácio da Silva, Jotinha, empresário da banda Magníficos - (Foto: Globo.com)


Tudo começou em família, quando José Inácio da Silva, mais conhecido como ‘Jotinha', ganhou de presente do seu pai uma sanfona de 60 baixos. Empolgado com o presente, aprendeu a tocar grandes clássicos da música nordestina da época, a exemplo de canções do Centenário do Baião, Luiz Gonzaga.



A entusiasmo pelo instrumento musical também contagiou os seus irmãos, Josivaldo, Van e Neno que logo iniciaram diversas apresentações em eventos da região, mas especificamente em sítios e fazendas. Com o tempo, Jotinha decidiu investir na carreira musical, e com muito trabalho, o reconhecimento logo veio à tona. O nome da banda foi decidido após uma rápida pesquisa no dicionário, a palavra (magnífico) ajudou a identificar a marca da banda.

De lá para cá, a banda lançou um sucesso atrás do outro. Destaque para canções como: "Me Usa", "Verdadeiro Amor", "Cristal Quebrado", "Essa paixão virou chiclete", "É Chamego ou Xaveco", "Telefone fora de área", "Vou Chorar", "Primeiro Beijo" e "Química do Amor" recém gravada por Ivete Sangalo e Luan Santana, só comprovam a trajetória de sucesso da banda de forró paraibana.


                                                     (Foto: Site Oficial/banda Magníficos)

A banda acumula ao longo da carreira 16 CD's, sendo 1 CD Promocional e 2 DVD's. Sua originalidade está nas suas composições românticas, além de um repertório que valoriza o autêntico forró.


Atualmente a banda é formada por Walkyria Santos, Sâmya Maia e Neno e é presença constante em vários programas de TV em cadeia nacional, como também nos principais eventos do Norte e Nordeste do Brasil.

Projeto Forró das Antigas   

Mesmo com o passar dos anos, a banda não perdeu a sua identidade e continua levando a cada show, o bom e velho forró. Em meio a esse fator, a banda é uma das principais a participarem do "Projeto Forró das Antigas", responsável pelo resgate de bandas que marcaram o início da década de 90. O projeto leva o Magníficos, juntamente com as bandas Mastruz com Leite, Limão com Mel, Calcinha Preta e Calango Aceso a várias apresentações pelo país. O projeto funciona como "um resgate do segmento".

domingo, 3 de novembro de 2013

"Fi do canso Mariano" - Um palavrão que já caiu no gosto popular


por Leonardo Dias

Quem visita Itabaiana, município situado a 56 km de Aracaju, se impressiona com uma típica variação linguística da região que já caiu no gosto popular. Andando pela cidade, principalmente pela feira, difícil mesmo não encontrar alguém que ainda não tenha pronunciado o palavrão que já é considerado "patrimônio linguístico da cidade do Agreste sergipano".

Estamos falando de "Fi do Canso Mariano", uma expressão característica da cidade de Itabaiana/SE. Seu significado vem de "Filho do Cão, Senhor" que com o uso popular abreviou para "fi do cão, sô" e posteriormente para "Fi do canso". "Mariano" vem como complemento, assim como "fi do 7 mil canso". "Mariano" seria algo próximo de "maligno", mas com linguajar popular se tornou essa palavra exótica.

O fato curioso está na pronuncia bem natural dos itabaianeneses, que muita das vezes deixa quem vem de fora da cidade meio "perdido” quanto o significado do palavrão. Muitos historiadores da cidade dizem que o uso da expressão “Fi do canso” vem rompendo fronteiras, e já é possível encontrar pessoas de várias cidades do interior sergipano, incindo a capital, Aracaju, pronunciando a expressão típica da Capital do Agreste.

Outras expressões

Fi do cranco, Fi duma égua, avexado, eita pencha, virado na silibrina, isto pô balaio, caralho, cabrunco e peste, são outros palavrões que se inserem num jeito bem peculiar de se comunicar em cidades interioranas do Nordeste brasileiro. Todos estes palavrões são carregados de muita criatividade e bom humor de que as pronunciam.

E quem pensa que os palavrões são pronunciados no intuito de ofensa, está muito enganado, ainda mais em Itabaiana, onde muitos utilizam a expressão como forma brincadeira, por exemplo, ou até mesmo num dia corrido.


sábado, 2 de novembro de 2013

Erivaldo de Carira - "Uma história de dedicação e amor ao forró"

Ele começou a tocar sanfona aos dez anos de idade, vindo a ser conhecido com o sobrenome de sua terra natal, Carira, uma pacata cidade do Agreste sergipano que está situada à 112 km de Aracaju. A carreira solo foi consolidada aos dezoito anos de idade, e a partir daí, seu caminho foi marcado para a construção permanente de história e dedicação a cultura nordestina.

Conheça um pouco da história do cantor e sanfoneiro, Erivaldo de Carira, que é considerado um dos nomes de maior expressão da música sergipana.



quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O mercado milionário do forró eletrônico

por Leonardo Dias

Sucesso de público e vendas de Cd’s e Dvd’s, o forró eletrônico se profissionalizou e vem ganhando cada vez mais adeptos no Brasil, como também fora dele. Bandas do gênero estão com canções no topo das paradas de sucesso e o cachê de seus shows, chegam a variar de 80 a 180 mil reais. E há ainda bandas, que durante o período junino, chegam a faturar até meio milhão de reais em apenas três apresentações em uma só noite.

(Foto: Arquivo/Itnet – Gravação do DVD 360º da Calcinha Preta em Maceió/AL)

Responsáveis por reunir grandes multidões em verdadeiros espetáculos, o forró eletrônico vem impulsionado outros estilos musicais, dentre eles o arrocha, axé music, e principalmente, o sertanejo universitário. A influência que o mesmo exerce no cenário musical é exemplificada pelo cantor Michel Teló que regravou a música “Ai se eu te pego”, originalmente um forró eletrônico, alcançando um certo sucesso fora do Brasil.

Origem

(Show da banda Mastruz com Leite – Foto: R7)

O forró eletrônico nada mais é que uma variação do ‘autêntico forró’ que utiliza elementos eletrônicos em sua execução, como o teclado, o contrabaixo e a guitarra elétrica com influências do pop e rock. O estilo surgiu no Brasil na década de 90 com a banda cearense Mastruz com Leite. Tida como ‘a banda mãe do segmento’, o grupo foi pioneiro em apresentações de programas de TV em rede nacional; a participar de micaretas em trio-elétricos; como também a realizar uma turnê internacional.

Válido ressaltar que a rádio SomZoom Sat, pertencente ao Empresário Emanuel Gurgel (dono da banda Mastruz com Leite e outras cinco bandas de forró) foi essencial para a expansão do gênero musical, já que apostou no segmento até então pouco conhecido, e o transmitiu em ondas sonoras do rádio que ultrapassaram as fronteiras do Nordeste.

De olho no novo modelo musical, empresários da região Nordeste decidiram investir no novo estilo. Surgiram daí, bandas como a paraibana, Magníficos, a sergipana, Calcinha Preta, e a pernambucana, Limão com Mel. Bandas essas, que se destacaram pelo ‘romantismo’ transbordados em suas canções.
Pouco tempo depois surge no estado do Rio Grande do Norte duas bandas que contribuíram para a ascensão do cenário forrozeiro, são elas: Cavaleiros do Forró e  Saia Rodada.

O demasiado sucesso dos grupos de forró trouxe à tona a falsa estabilidade dos cantores. Muitos vocalistas no auge de suas carreiras acabam recebendo propostas de bandas concorrentes, fato que quando aceito acaba desestruturando a atual formação da banda. Funciona como um time de futebol.

Anos atrás, o Forró dos Plays e o Forró do Muído, bandas pertencentes a empresa A3 Entretenimento sofreram grande baixas no quadro de cantores. Com a saída de Samyra Show dos Plays (Atual Forró 100%) e das coleguinhas Simone e Simária do Muído para carreira solo, fizeram o segmento ter um declínio considerado, já que ambas as bandas estavam em seu auge.

 (Wesley Safadão, vocalista da banda Garota Safada – Foto: Divulgação)

A alta competitividade entre bandas do forró eletrônico sempre foi uma marca do estilo. Marca que ficou ainda mais evidente com as bandas cearenses Aviões do Forró e Garota Safada. Com estilos basicamente semelhantes, escancaram uma grande rivalidade no que se refere a disponibilidade de shows promocionais para download na internet, bem como a atualização de repertório em suas turnês.

Investimentos

(Vocalistas da banda Aviões do Forró –  Foto: Reprodução DVD 2 gravado em Salvador/BA)

A todo o momento empresários realizam investimentos em suas bandas num só intuito: manter o ritmo em evidência. Grandes estruturas de palcos, equipamentos de som e ônibus também não são poupados pelos empresários. As bandas de forró faturam milhões e geram empregos. Sucesso com a música ‘Você não vale nada mais eu gosto de você’, na novela Caminhos das índias, em 2009, na TV Globo, o Calcinha Preta é o grande exemplo disso. A banda conta com 50 funcionários, e todos possuem carteira assinada.

Feito que só consolida a tese de que as bandas de forró eletrônico são sucesso. Atualmente no Brasil existem cerca de 3 mil bandas de forró ‘registradas’ segundo um levantamento promovido pela Associação Brasileira de Bandas de Forró. Destas, apenas vinte estão com a carreira consolidada a nível nacional.

Considerados verdadeiros fenômenos, as bandas do forró eletrônico seguem expandindo a sua música para todo o país, levando alegria e muito forró ao público forrozeiro, além de influenciar outras inúmeras bandas de vários estilos a trazer um diferencial a música que pode ocasionar em tempos futuros um sucesso consolidado.

(Silvânia Aquino e Paulinha Abelha no São João 2009 –Foto: Divulgação)

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Forródromos de Sergipe resistem para manter viva a tradição

por Leonardo Dias
Mesmo não possuindo um amplo destaque nacional como os festejos de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB), os festejos juninos de Sergipe se destacam por mobilizarem os quatro cantos do estado. Por aqui, os 'Forródromos', espaços dedicado exclusivamente ao ritmo mais esperado do ano na região Nordeste, ainda são encontrados, situação não muito semelhante em outros estados onde boa parte deles acabaram sendo extintos.



Eles são responsáveis pelo resgate da cultura local e engrandecem ainda mais a principal festividade da região, os Forródromos são locais onde é possível reunir verdadeiras multidões durante a época junina; conferir a verdadeiros espetáculos de grandes grupos de forró, que vão desde o autêntico, ao mais moderno, o denominado gênero eletrônico; além de assistir a apresentações e campeonatos de quadrilhas juninas. Apesar da longa história traçada na vida de milhares de nordestinos, várias cidades estão tendo seus forródromos extintos. A explicação se dá pela falta de atenção na manutenção por parte das prefeituras municipais e governos estaduais.


Em Sergipe, estado que possui o maior número de forródromos do país, ainda é possível encontrarmos os espaços dedicado ao forró nas cidades de Areia  Branca, na região Agreste, Canindé do São Francisco, no Alto Sertão, Itaporanga D’Ajuda e Estância, no Sul sergipano e na capital Aracaju, porém, boa parte deles ainda sofrem com o abandono dos órgãos públicos e só despertam na temporada de forró, nos meses que compreendem a junho e julho. Os investimentos chegam no período que antecede o período,  impulsionam o turismo local e escancaram a dimensão de todo o evento.

Por muitos anos, o São João da cidade de Areia Branca foi considerado como uma das maiores festas populares do país e ficou bastante conhecido pelo tamanho de sua pista de forró. Inaugurado em 1982, com 54 mil metros quadrados de área, dimensão que de acordo com a prefeitura, garante à cidade a fama de possuir o maior forródromo do mundo. Título que não passou despercebido pelo cantor Dominguinhos que apelidou a cidade de Maracanã do Forró. Hoje o que se vê é um verdadeiro descaso, a pista de forró ganhou outro cenário: o do abandono. Situação que tem deixado a população do município bastante revoltada. "É triste ver que um dia tínhamos uma grande festa, que era destaque no país inteiro e hoje ver essa situação de abandono, é desolador. ", desabafa Maria do Carmo, moradora da cidade há quarenta anos.
Um espaço cultural que somente é utilizado no período junino, e ao decorrer do ano fica inutilizável. Não há um projeto de aproveitamento dos artistas da terra em festas de âmbito cultural no resgate e valorização do artista. Mesmo diante das dificuldades, os forródromos não perdem o brilho de suas festas, e resistem a todas as dificuldades para manter viva uma tradição secular que ainda resiste ao tempo e as transformações do mundo moderno.

domingo, 15 de setembro de 2013

TV Regional/Local ganha cade vez mais força no Nordeste

por Leonardo Dias
(Foto: Divulgação/TV Diário de Fortaleza / Programa Ênio Carlos)

       No intuito de se ter uma aproximação maior com o telespectador, as emissoras de TV tem ganhado cada vez mais espaço nos lares do povo nordestino. Se antes, telejornais e programas nacionais eram prioridade do público, hoje programas policiais, de entretenimento, comporamento e de humor são os mais assistidos. A busca pela boa audiência fez com que as emissoras de TV da região investissem na produção de conteúdo local para diversos públicos, investimentos esse que vem surtindo efeito.

(Foto: Divulgação/Programa Interativo - TV Jornal)

Principal produto musical da região, o 'forró' tem destaque garantido em programas de auditório. O Interativo, programa veiculado pela TV Jornal no Recife, afiliada do SBT, dá espaço para que as bandas divulgam os seus trabalhos, como bandas de outros estilos; pagode e arrocha que são sucesso na região.

(Foto: Divulgação/TV Diário de Fortaleza - Programa Forrobodó)

Em Fortaleza, Ceará, berço das principais bandas de forró, o ritmo tem espaço exclusivo no programa Forrobodó. Produto da TV Diário, emissora do Sistema Verdes Mares, ligado a Globo no Estado, o programa Forrobodó além de contribuir para o crescimento do gênero, impulsiona as vendas de CD's e DVD's e consequentemente a audiência do programa, que disparam em pleno horário nobre.

(Foto: Divulgação/NE 10)

O humor também tem vez nas emissoras nordestinas, e o talento local faz a audiência disparar. O programa 'O Papeiro da Cinderela', foi veiculado por muitos anos na TV Jornal. Criatividade e muito senso de humor levaram a apresentadora e humorista Cindy a passar uma temporada no Programa Eliana, do SBT rede. Mesmo com a transição este ano para a TV Clube, afiliada da Record no Recife, o programa ainda é um dos mais assistidos na televisão pernambucana.
 
(Foto: Reprodução/TV Jornal)

Modelos de programas nacionais também ganham vez na TV local. O Sabor da Gente, da TV Jornal é o exemplo mais clássico. Mistura do Mais Você, da Globo e Hoje em Dia, da Record, o programa exibido nas manhãs trás receitas práticas para o dia a dia da dona de casa nordestina.

Policialesco são a preferência do telespectador nordestino

Os programas policiais têm destaque no Nordeste. Eles são veiculados em horários estratégicos, seja ele matutino (6h às 8h), vespertino (12h às 14h) e a noite (17h às 20h), o público é cativo e a audiência é garantida com prestação de serviço, notícias de polícia e até trânsito através de parcerias com as superintendências de trânsito.

(Foto: Arquivo/TV Jornal do Recife)

Por muitos anos, ele foi sucesso de audiência e faturamento na TV Jornal, hoje ele migrou para a TV Clube. Seu salário chega a R$ 200 mil a cada mês e seu Ibope incomoda a principal rival, a Globo Nordeste. Com um programa policialesco e sensacionalista, Cardinot se tornou um dos principais nomes da produção local no Recife, e não alivia lado de bandido, principalmente se o acusado seja estuprador.

Na Bahia, a concorrência é acirrada, os dois maiores programas policiais da televisão baiana fazem um trabalho árduo na busca por flagrantes de descasos do poder público além de coberturas exclusivas de tiroteios, como também da ação policial na desarticulação de quadrilhas de assaltos a banco e de tráfico de drogas.

(Foto: Divulgação/TV Itapoãn - Record Bahia)

Zé Eduardo é tido como a voz da verdade na televisão baiana. Após uma passagem pela TV Aratu, afiliada do SBT na Bahia, hoje ele comanda o 'Se Liga Bocão' na Record Bahia, antiga TV Itapoãn. O programa não mediu esforços para mostrar os fatos policiais e atrocidades ocorridas no estado, fator que alavancou o seu sucesso, fazendo com que o e programa batesse em audiência o programa Vídeo Show, da Rede Globo. Situação que nos últimos anos foi mudada, após determinação do Ministério Público da Bahia que ordenou a redução do conteúdo não apropriado para o horário do programa.
(Foto: Divulgação/Band Bahia)

Principal rival do apresentador Zé Eduardo, o Brasil Urgente Bahia é sucesso de audiência no estado e rompe fronteiras chegando a todo o Sergipe, através de retransmissora. Conhecido por não perdoar erro de bandido, o apresentador baiano Uziel Bueno é conhecido pelo bordão que caiu no gosto popular 'o sistema é bruto'. Seu programa mescla o policial com entretenimento, fórmula secreta do grande sucesso, que desde a sua estreia no finais de tarde da Band, garante o segundo lugar isolado, perdendo apenas para a Globo.

O público nordestino está cada vez mais exigente, e busca na programação televisiva a agilidade e  principalmente a qualidade de conteúdo, além de uma identificação do público nos valores culturais.

TV Esporte Interativo Nordeste será lançado em dezembro

por Leonardo Dias
(Fotos: Reprodução / Canal Esporte Interativo) 

Ligado na região que mais cresce no país nos últimos 5 anos, o Canal Esporte Interativo irá seguir uma estratégia de segmentação que já é sinônimo de sucesso nos Estados Unidos e lançará em dezembro um canal de conteúdo exclusivo para a região Nordeste. A emissora pertencente a TopSports (80%) e Turner Broadcasting System (20%) divulgou a informação na Revista Veja no começo do mês e o assunto já é um dos mais comentados no país.


O  novo canal trará em sua grade, programas de notícias, debates, entrevistas e muitos jogos, que vão desde a Copa Nordeste aos Campeonatos Estaduais de pelo menos 6 estados nordestinos, são eles: Sergipano, Alagoano, Maranhense, Cearense, paraibano e piauiense.


O anúncio do novo canal dedicado ao esporte nordestino foi divulgado oficialmente pela emissora de esportes no último dia 5 de agosto no programa Conexão Nordeste. Fruto de um amplo estudo e da necessidade da valorização dos times da região, o canal Esporte Interativo Nordeste deverá transmitir mais de 200 jogos e tudo isso em HDTV.


Em Sergipe, uma equipe já foi montada no intuito de garantir ao torcedor sergipano que ele não perca um só lance das partidas dos campeonatos. A chegada do canal Esporte Interativo Nordeste é vista com muita expectativa pelo torcedor da região, além de ser uma boa oportunidade de mostrarmos aos grandes veículos de comunicação do Eixo RJ/SP que o esporte da região ganhou o destaque merecido que a muito tempo não vem ocorrendo.

“É histórico e evidente o que faz o canal Esporte Interativo com o esporte nordestino. Habitar um espaço tão pouco explorado rendeu frutos no passado para grandes reinados, impérios, é o que faz o canal televiso no momento. Tão pouco valorizado, o pacato esporte nordestino, ganha dimensões de ouro pelo canal carioca, diria que para o momento efeito de suma importância, caiu como uma jogada de marketing para todas as agremiações sertanejas, exemplo claro no futebol sergipano, que fora do panorama nacional começa a ganhar força com as veiculações da emissora”, pontua o jornalista esportivo Raimundo Morais.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Forró sem representante de peso a nível nacional?

por Leonardo Dias
(Foto: Reprodução / Grupo Abril)

Assistir a uma apresentação de Luiz Gonzaga no programa Vídeo Show, da Rede Globo foi algo que me deixou bastante alegre e ao mesmo tempo surpreso. Afinal, não é todo dia que a música do nosso Nordeste é valorizada a nível nacional, ainda mais não estado no período junino.
Talvez isso tenha uma explicação: A morte do príncipe do Baião, o cantor e sanfoneiro Dominguinhos, que por sinal representou uma grande perda para a história da Música Popular Brasileira. Seu legado era muito mais que dar continuidade a história de sucesso do Rei do Baião, Luiz Gonzaga na música, e sim consolidar o autêntico forró e dar voz maior ao acordeon. E que por sinal fez muito bem, foi um representante ímpar na divulgação da nossa cultura nos quatro cantos deste Brasil.

O fato é que o nordeste agora está carente de um representante que mantenha viva a nossa cultura de raiz e que explane em seu repertório, canções  de qualidade, retratando a vida do povo nordestino, os seus desafios e conquistas.
Muitos cogitam o baiano Adelmario Coelho como grande representante da nossa música, já outros apostam no Flávio José. Enquanto a indecisão se estende, ficamos sem um grande nome, e ao que parece vamos ser destaque em rede nacional apenas com imagens de ‘arquivo’, ou até quem sabe iremos continuar sendo representados pela nova geração do forró, o estilo eletrônico, que tem ganhado cada vez mais força nas ondas das canções que se expandem rompendo fronteiras.

domingo, 26 de maio de 2013

Bandeiras, bandeirinhas, bandeirolas: Muito mais que um enfeite!

por Leonardo Dias

Muito mais que um enfeite, as bandeiras de são João representam todo um emaranhado de adjetivos para o período mais importante da região do Nordeste brasileiro, o são João.


Elas são presenças essenciais nos principais festejos juninos do país. No contexto histórico, as bandeiras ou bandeirolas, assim como também são conhecidas, foram criadas para lembrar três santos da região NE, são eles o São João, o São Pedro e o Santo Antônio. Naquele tempo, os três santos tinha sua imagem inserida nas bandeirinhas, para que pudessem ser admirados durante os festejos juninos. Um exercício que com o tempo foi alterado, as bandeiras foram reduzidas, e as imagens dos santos retiradas.


Hoje, as bandeirolas ganharam cores diversificadas, que quando confeccionadas ganham destaque nos principais eventos de forró do país, como também em quermesses religiosas e muitas outras festas, elas transbordam animação e muita alegria com toda a sua diversidade de cores e acabam se caracterizando como presença essencial de um arraial. Elas também são confeccionadas em ruas de várias cidades brasileiras, há vizinhos que até promovem competições para ver qual rua está mais enfeitada.


Do alto elas enriquecem ainda mais a beleza da festa junina, fazendo nordestinos, brasileiros e até mesmo turistas se encantarem diante de imensa beleza pela sua forma exposta no alto do arraiá.

sábado, 20 de abril de 2013

Projeto Forró das Antigas faz o público voltar no tempo com o bom forró

por Leonardo Dias
Sucesso na década de 90, a cearense Mastruz com Leite, a paraibana Magníficos e a pernambucana Limão com Mel, mostram que no forró, não existe rivalidade e o trio vem expandido o ritmo nordestino para todo o Brasil, com o projeto intitulado de “Forró das Antigas”.
Criado em 2009, por Emanuel Gurgel , empresário da banda Mastruz com Leite e mais outras quatro bandas de forró, além da rádio e gravadora Somzom Sat, o cearense teve uma ideia inovadora no mercado forrozeiro, apostou em reunir as três bandas pioneiras do movimento eletrônico, em um a só festa, festa essa que percorre todo o país, é o Forró das Antigas. E a ideia deu certo, os adeptos do bom forró mostram o porquê das bandas antigas, estarem presentes na vida do povo nordestino até os dias atuais, público este que marca presença em cada edição do evento.
São bandas que retratam em seu repertório, canções que exploram o amor, a vida do vaqueiro, e a cultura nordestina. O Forró das Antigas é sinônimo de sucesso, o evento vem reunindo a cada ano, um público grande e de várias faixas etárias. 
Show realizado na última sexta-feira (19), no Miami Hall, em Aracaju (SE)

" O Forró das Antigas, veio para mostrar que o forró tem qualidade, além de manter o seu público fiel, que a acompanha as três bandas desde o início, mais como também para penetrar na vida dos jovens, que não tiveram a oportunidade de vivenciar os bons momentos que essas bandas propiciaram a milhões de brasileiros, por mais de 20 anos". Relata o radialista e apaixonado pelo ritmo, Eduardo Cardoso.