por Leonardo Dias
Mesmo
não possuindo um amplo destaque nacional como os festejos de Caruaru
(PE) e Campina Grande (PB), os festejos juninos de Sergipe se destacam
por mobilizarem os quatro cantos do estado. Por aqui, os 'Forródromos',
espaços dedicado exclusivamente ao ritmo mais esperado do ano na região
Nordeste, ainda são encontrados, situação não muito semelhante em outros
estados onde boa parte deles acabaram sendo extintos.
Eles são responsáveis
pelo resgate da cultura local e engrandecem ainda mais a principal
festividade da região, os Forródromos são locais onde é possível reunir
verdadeiras multidões durante a época junina; conferir a verdadeiros
espetáculos de grandes grupos de forró, que vão desde o autêntico, ao
mais moderno, o denominado gênero eletrônico; além de assistir a
apresentações e campeonatos de quadrilhas juninas. Apesar da longa
história traçada na vida de milhares de nordestinos, várias cidades
estão tendo seus forródromos extintos. A explicação se dá pela falta de
atenção na manutenção por parte das prefeituras municipais e governos
estaduais.
Em
Sergipe, estado que possui o maior número de forródromos do país, ainda
é possível encontrarmos os espaços dedicado ao forró nas cidades de
Areia Branca, na região Agreste, Canindé do São Francisco, no Alto
Sertão, Itaporanga D’Ajuda e Estância, no Sul sergipano e na capital
Aracaju, porém, boa parte deles ainda sofrem com o abandono dos órgãos
públicos e só despertam na temporada de forró, nos meses que compreendem
a junho e julho. Os investimentos chegam no período que antecede o período, impulsionam o turismo local e escancaram a dimensão de todo o evento.
Por
muitos anos, o São João da cidade de Areia Branca foi considerado como
uma das maiores festas populares do país e ficou bastante conhecido pelo
tamanho de sua pista de forró. Inaugurado em 1982, com 54 mil metros
quadrados de área, dimensão que de acordo com a prefeitura, garante à
cidade a fama de possuir o maior forródromo do mundo. Título que não
passou despercebido pelo cantor Dominguinhos que apelidou a cidade de
Maracanã do Forró. Hoje o que se vê é um verdadeiro descaso, a pista de
forró ganhou outro cenário: o do abandono. Situação que tem deixado a
população do município bastante revoltada. "É
triste ver que um dia tínhamos uma grande festa, que era destaque no
país inteiro e hoje ver essa situação de abandono, é desolador. ",
desabafa Maria do Carmo, moradora da cidade há quarenta anos.
Um espaço cultural que somente é utilizado no período junino, e ao
decorrer do ano fica inutilizável. Não há um projeto de aproveitamento
dos artistas da terra em festas de âmbito cultural no resgate e
valorização do artista. Mesmo
diante das dificuldades, os forródromos não perdem o brilho de suas
festas, e resistem a todas as dificuldades para manter viva uma tradição
secular que ainda resiste ao tempo e as transformações do mundo
moderno.