terça-feira, 8 de outubro de 2013

Forródromos de Sergipe resistem para manter viva a tradição

por Leonardo Dias
Mesmo não possuindo um amplo destaque nacional como os festejos de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB), os festejos juninos de Sergipe se destacam por mobilizarem os quatro cantos do estado. Por aqui, os 'Forródromos', espaços dedicado exclusivamente ao ritmo mais esperado do ano na região Nordeste, ainda são encontrados, situação não muito semelhante em outros estados onde boa parte deles acabaram sendo extintos.



Eles são responsáveis pelo resgate da cultura local e engrandecem ainda mais a principal festividade da região, os Forródromos são locais onde é possível reunir verdadeiras multidões durante a época junina; conferir a verdadeiros espetáculos de grandes grupos de forró, que vão desde o autêntico, ao mais moderno, o denominado gênero eletrônico; além de assistir a apresentações e campeonatos de quadrilhas juninas. Apesar da longa história traçada na vida de milhares de nordestinos, várias cidades estão tendo seus forródromos extintos. A explicação se dá pela falta de atenção na manutenção por parte das prefeituras municipais e governos estaduais.


Em Sergipe, estado que possui o maior número de forródromos do país, ainda é possível encontrarmos os espaços dedicado ao forró nas cidades de Areia  Branca, na região Agreste, Canindé do São Francisco, no Alto Sertão, Itaporanga D’Ajuda e Estância, no Sul sergipano e na capital Aracaju, porém, boa parte deles ainda sofrem com o abandono dos órgãos públicos e só despertam na temporada de forró, nos meses que compreendem a junho e julho. Os investimentos chegam no período que antecede o período,  impulsionam o turismo local e escancaram a dimensão de todo o evento.

Por muitos anos, o São João da cidade de Areia Branca foi considerado como uma das maiores festas populares do país e ficou bastante conhecido pelo tamanho de sua pista de forró. Inaugurado em 1982, com 54 mil metros quadrados de área, dimensão que de acordo com a prefeitura, garante à cidade a fama de possuir o maior forródromo do mundo. Título que não passou despercebido pelo cantor Dominguinhos que apelidou a cidade de Maracanã do Forró. Hoje o que se vê é um verdadeiro descaso, a pista de forró ganhou outro cenário: o do abandono. Situação que tem deixado a população do município bastante revoltada. "É triste ver que um dia tínhamos uma grande festa, que era destaque no país inteiro e hoje ver essa situação de abandono, é desolador. ", desabafa Maria do Carmo, moradora da cidade há quarenta anos.
Um espaço cultural que somente é utilizado no período junino, e ao decorrer do ano fica inutilizável. Não há um projeto de aproveitamento dos artistas da terra em festas de âmbito cultural no resgate e valorização do artista. Mesmo diante das dificuldades, os forródromos não perdem o brilho de suas festas, e resistem a todas as dificuldades para manter viva uma tradição secular que ainda resiste ao tempo e as transformações do mundo moderno.